segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Poema de Natal

  Para isso fomos feito:
Para lembrar e ser lembrados.
Para chorar e fazer chorar,
Para enterrar os nossos mortos
Por isso temos braços longos para os adeuses,


Dados para cavar a terra.
Uma tarde sempre a esquecer,
uma estrela sempre a se apagar na treva,


Por isso precisamos velar,
Falar baixo,pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito que dizer:


Uma prece por quem se vai-
Mas que essa hora não esqueça
E que  por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples;


Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre,
Para a participação da poesia,
Para ver a face da morte-
De repente,nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da mortes apenas
Nascemos, Imensamente.

Vinicios de Moraes

2 comentários:

  1. Como a Musica de Roberto Carlos; que Diz assim Detalhes tão pequeno de nós dois são coisas tão difícil de esquecer, e nesta hora você vai lembra de mim.

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